Segundo algumas vertentes da psicanálise, o afeto da vergonha acontece a partir do encontro de duas coisas. A primeira, é nos apropriarmos do nosso corpo. Só conseguimos sentir vergonha a partir da sensação de estarmos na nossa própria pele. A segunda é a existência do outro: a vergonha é sempre em relação a alguém. Há quem diga até que neste afeto mora a certeza de que os outros, mesmo que não estejam no mesmo ambiente, nos constituem.
Então é impossível falar de vergonha sem falar sobre comparação, sobre padrão, sobre esse monte de coisa que já conversamos bastante por aqui. Mas aí tem mais um componente: a vergonha tem uma íntima relação com o julgamento do que é ridículo. Eu posso ter vergonha de alguma coisa porque me sinto - ou tenho medo que os outros me entendam como - ridícula. E quem decide o que é adequado ou não?
Para conversar sobre isso, chamamos a Isadora Chiquetto, que produz conteúdo no @umacorrida. Por lá, ela conta sobre o seu processo de aceitação e - a gente ama! - mostra a diferença dos corpos nas poses que aparecem nas redes sociais e na vida real.
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DONAS