Durante a gravação deste episódio falamos sobre medicina psiquiátrica e construção social, numa perspectiva de promoção de saúde e bem estar coletivo. Um desafio hercúleo em tempos de pandemia e violência urbana e institucional cotidiana e normalizada. De dentro desse ambiente é mais trabalhoso delimitar conceitos de saúde e doença ou sanidade e loucura. Mas, acreditando que é possível e mais ainda necessário, fomos em frente na conversa que passou por muitos lugares.
E a pergunta que mais nos acompanhou foi a seguinte: as ciências, e mais especificamente neste episódio, a medicina, tem alguma responsabilidade na criação e/ou manutenção das estruturas sociais que são evidentemente tão desiguais?
Uma pergunta fundamentada na clara distância social entre quem atende, a classe médica, e a maioria da população, a classe baixa que é atendida.
Usamos a palavra classe com certo desconforto, mas sabendo que em muitos casos a palavra certa, porem ainda mais desconfortante, deveria ser castas.
Quando olhamos para o serviço público de medicina, enxergamos um evidente contraste socioeconômico e cultural. Que muitas vezes se reflete num atendimento distanciado pela insistente falta de entendimento do corpo médico sobre o que é a vida daqueles que são atendidos. E, por isso, de seus verdadeiros males.
Essa distância muitas vezes se faz tão grande, que a medicina, formação que tem como cerimônia final o juramento de Hipócrates, parece não ser grande o suficiente para superar.
Assim, a pergunta então que nos acompanhou acabou sem uma resposta clara, mas abriu muitas outras perguntas, como por exemplo: Será que existe alguma profissão ou área do conhecimento que não tenha responsabilidade pela criação e/ou manutenção dessas estruturas sociais tão desiguais?
Pra falar sobre esse tema, que talvez devesse ser o único tema até que estas questões estejam compreendidas e resolvidas, convidamos o Médico Psiquiatra e Ator, Vitor Pordeus. Ele fala de sua vida e de uma vivência que já passou por muitas outras vidas. E desse lugar ele fala tudo que vê, viu, e principalmente gostaria de ver num futuro que insiste em não chegar. Este futuro certamente só vira se mais pessoas como Vítor falarem e fizerem tudo sobre estas questões o tempo todo até que não seja necessário falar ou fazer mais nada.
Aproveitem o episódio.
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