1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer - Programa 14 - Buena Vista Social Club - "Buena Vista Social Club" (1997)
Buena Vista Social Club, o vencedor do prêmio Grammy de melhor álbum de world music de 1997 é o disco mais vendido da categoria na história, com mais de oito milhões de álbuns. Produzido pelo grande guitarrista americano Ry Cooder, reuniu um time dos sonhos de veteranos da época de ouro da música cubana, apresentou a um novo público os ritmos de son, bolero e danzón e fez de Ibrahim Ferrer, Rubén González, Eliades Ochoa, Omara Portuondo e Compay Segundo novas estrelas da música internacional. A banda original completa tocou em uma única noite, com ingressos esgotados, no Carnegie Hall em Nova York no dia 1o. de julho de 1998. O show tornou-se o clímax do elogiado documentário dirigido por Wim Wenders, também chamado de Buena Vista Social Club. Segundo o consagrado jornal americano THE NEW YORK TIMES “O show foi mais do que um evento musical. Músicos de Cuba com seus 70, 80 ou 90 anos, alguns vindos da aposentadoria, faziam sua estréia nos Estados Unidos em um teatro como o Carnegie Hall. Com toda a delicadeza agridoce de um bolero, o Buena Vista Social Club celebrava a vitalidade e o virtuosismo de seus músicos e, simultaneamente, o luto pela era que eles personificavam.” Até agora, além das cenas do filme de Wim Wenders, a música daquela memorável noite havia sido ouvida, apenas, pelos felizes espectadores presentes ao grande show. O Buena Vista Social Club nunca fui uma banda regular: os músicos se reuniram por dez dias em um estúdio em Havana para gravar o álbum e logo depois seguiram rumos diversos. Alguns viajaram em turnê com Juan de Marcos González e seus Afro-Cubans All Stars. Outros, como Compay Segundo e Eliades Ochoa, colocaram suas próprias bandas na estrada. Omara Portuondo ocupou-se de sua agenda lotada, assim como o produtor e guitarrista Ry Cooder. Eventualmente, em abril de 1998, estabeleceu-se uma janela nas agendas que possibilitou a reunião de todos em duas noites de performance no Carré Theatre, em Amsterdã. Por causa do enorme sucesso dos shows foi definido o grande show final no mais prestigioso palco da América, o Carnegie Hall de Nova York. Por causa do embargo norte-americano a Cuba, a maioria dos músicos nunca havia visitado os EUA e, muito menos, tocado no Carnegie Hall. A noite foi uma celebração muito maior do que apenas um show de música. “Estar no palco, em qualquer lugar, com aqueles músicos e cantores era um sonho para mim,” lembra Juan Carlos, o lider da banda, “mas o Carnegie Hall era outra coisa. É o melhor do mundo e eu estava muito feliz por estar lá e por ver artistas como Rubén e Ibrahim naquele palco. Isso nunca poderia acontecer. E aconteceu.” Depois daquela noite, era claro que não haveria outro concerto; agendas lotadas mantiveram os artistas viajando e gravando seus projetos pessoais. Além disso, muitos tinham idade avançada o que tornava as coisas ainda mais difíceis. Segundo o Los Angeles Times ‘Quando os músicos finalmente subiram ao palco, o público levantou-se e aplaudiu, e depois explodiu nas primeiras notas de ‘Chan Chan’, exatamente como fãs de rock fazem quando ouvem o maior hit de uma banda.” “Ouvindo às gravações do concerto pela primeira vez em dez anos, estou impressionado com a maravilha que foi o evento,” diz, hoje, Ry Cooder, “Esses são artistas fantásticos, grandes mestres, e eles entraram na música em um nível que não se ouve mais hoje em dia. Foi um encontro real e honesto, e você pode sentir o público sendo levado pela música. Foi como se todos os gênios estivessem fora das lâmpadas.” O álbum, composto de dois cds, traz 16 impecáveis faixas: CD 1 CHAN CHAN (Francisco Repilado) 4:46 DE CAMINO A LA VEREDA (Ibrahim Ferrer) 4:59 EL CUARTO DE TULA (Sergio Siaba) 8:01 LA ENGAÑADORA (Enrique Jorrín) 2:44 BUENA VISTA SOCIAL CLUB (Israel López) 5:59 DOS GARDENIAS (Isolina Carillo) 4:24 QUIZÁS, QUIZÁS (Osvaldo Farres) 3:48 VEINTE AÑOS (María Teresa Vera) 4:07 CD 2 ORGULLECIDA (Eliseo Silveira) 3:23 ¿Y TÚ QUÉ HAS HECHO? (Eusebio Delfín) 3:33 SIBONEY (Ernesto Lecuona) 2:33 MANDINGA (Rodríguez Fiffe) 5:30 ALMENDRA (Abelardito Valdés) 5:49 EL CARRETERO (Guillermo Portabales) 5:39 CANDELA (Faustino Oramas) 7:00 SILENCIO (Rafael Hernández) 5:25 Ficha técnica original: Produzido por Ry Cooder / Produção executiva e adicional Nick Gold / Bandleader Juan de Marcos González / Gravado por Jerry Boys / Mixado por Martin Pradler Músicos em ordem alfabética: Octavio Calderón (trompete), Joachim Cooder (bateria, percussão), Ry Cooder (guitarras/violões), Angel ‘Terry’ Domech (congas), Ibrahim Ferrer (vocais), Roberto García (bongos, sino, güiro), Hugo Garzón (vocais), Juan de Marcos González (bandleader, backing vocals, güiro), Rubén González (piano), Pío Leyva (vocais), Manuel ‘Puntillita’ Licea (vocais), Orlando ‘Cachaíto’ López (baixo), Manuel ‘Guajiro’ Mirabal (trompete), Eliades Ochoa (violão, vocais), Omara Portuondo (vocais), Jesús ‘Aguaje’ Ramos (bandleader para Rubén González, trombone), Salvador Repilado (baixo), Compay Segundo (violão, vocais), Benito Suárez Magana (violão), Barbarito Torres (laoud - alaúde de 12 cordas), Alberto ‘Virgilio’ Valdés (maracas, backing vocals), Amadito Valdés (timbais)
1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer - Programa 13 - Black Sabbath - "Black Sabbath" (1970)
O Black Sabbath é uma banda de heavy metal formado no ano de 1968 em Birmingham, Reino Unido. A formação “histórica” é composta por Ozzy Osbourne (vocais), Tony Iommi (guitarra), Geezer Butler (baixo) e Bill Ward (bateria). Posteriormente, houve numerosas mudanças na banda, e Iommi era o único componente fixo. Embora às vezes, são classificados como uma banda de hard rock (Butler define o estilo uma vez blues pesado e distorcido, Black Sabbath são considerados entre os primeiros grupos de heavy metal da história, e também contribuíram muito para o desenvolvimento deste tipo de gênero. De 1970 a 2000, foram vendidos mais de cem milhões de cópias dos álbuns, tornando o Black Sabbath uma das mais bem sucedidas bandas de Heavy Metal, ao lado do Judas Priest, Iron Maiden e Metallica. O embrião do Black Sabbath surgiu no ano de 1966 em Aston, uma localidade de Birmingham, Inglaterra. A história começou quando o guitarrista Anthony “Tony” Iommi e o baterista William “Bill” Ward (ambos do grupo Mithology) leram em uma loja, o anúncio de um cantor que foi à procura de músicos para formar uma banda. O cantor era John “Ozzy” Osbourne que foi um rival de Iommi durante a escola. Iommi e Ward foram para casa de Ozzy e decidiram formar um complexo musical. Osbourne levou ao grupo, outros dois músicos que tinham tocado com ele na banda Rare Breed: os guitarristas Terence “Geezer” Butler e Jimmy Phillips. Mais tarde, Butler assumiu o papel de baixista, e foi também assoldato pelo saxofonista Alan “Aker” Clarke. A banda escolheu o nome inicialmente de Polca Tulk Blues e encurtado depois para Polca Tulk, e começou a construir um repertório, principalmente blues. Mais tarde, Clarke e Phillips saem do grupo e o restante dos membros decidiram alterar a denominação para Earth. A formação exibe em vários locais, tocando covers de Jimi Hendrix, Blue Cheer, Cream e The Beatles, e esculpiu o primeiro demo em 1968. É recolhido algum êxito no espaço de “pubs” britânicos e permitiu que o grupo a fazer o nome no exterior, graças a gerente Jim Simpson. Após um curto período, o nome da banda foi mudado porque havia outro grupo denominado Earth. A escolha do nome, mais tarde, veio à idéia de Butler, um grande fã dos romances de “magia negra” e “terror” de autores como Dennis Wheatley. Butler tinha visto o filme de 1963, Black Sabbath por Mario Bava, e escreveu uma canção que incorpora o título do filme. Isto se tornou o novo nome do grupo. O novo nome é acompanhado por uma transição para um novo som blues, em primeiro lugar com elementos do folk e, em seguida, com cada vez mais fortes e tons escuros até que uma nova solução para a qual o grupo tornou famosa e teria sido numerada para muitos críticos, como os principais pioneiros do heavy metal. O primeiro registro que a banda assinou foi com a Fontana Records e, mais tarde, com o Vertigo. No dia 13 de fevereiro de 1970, foi publicado o álbum de estréia da banda, intitulado simplesmente de Black Sabbath. Este foi o primeiro álbum do Black Sabbath, lançado em 1969, conquistando fãs por todo o Reino Unido. São oito faixas que apresentam a lendária formação original, com Ozzy Osbourne, Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward, os pioneiros de um estilo que influenciou inúmeras bandas nos anos 70 e 80. Tido como — com o perdão da ironia — o evangelho do que mais tarde se denominaria como heavy metal, o primeiro disco do Black Sabbath foi e é o que todo álbum clássico pode e deve ser, inovador, arrojado e muito a frente do seu tempo, que ainda cheirava à riponguice hippie em seus estertores. Por isso, para a época em que veio à luz (uma sexta feira 13 de janeiro de 1970!) ele pareceu macabro demais, sombrio ao extremo, muito diferente do que se produzia em matéria de rock e blues tradicional. O que impressiona no debut da banda de Ozzy Osbourne é que a despeito da sincronia dos músicos, principalmente o trabalho singular da guitarra de Tony Iommi e o formato escorreito dos arranjos é que o álbum foi produzido numa progressão fulminante, sete faixas pouco mais de doze horas, que complementaram duas músicas gravadas no período em que ela recém mudara o seu nome apenas cinco meses antes para definitivamente gravar o primeiro trabalho, Black Sabbath e Evil Woman. Fora o resultado sonoro, anda surpreende a incrível temática obscura e as imagens oníricas e dionisíacas e aterrorizantes das letras, de pesadelos e delírios de terrores noturnos, guerra, prosopoéias de sóis gelados e brilhos frios, um sonhador mago silencioso espargindo alegria entre as pessoas enquanto ele passa; uma mulher demoníaca se move como um açoite, a estrela da manhã oferece o pélago de seu amor, a aldeia dorme, os galos cantam, a brisa suave singra suavemente por entre os galhos das árvores enquanto Satã apenas ri. Tenha medo. Origem: Inglaterra Produtor: Rodger Bain Formação Principal no Disco: Ozzy Osbourne – Tony Iommi – Geezer Butler – Bill Ward Estilo: Heavy Metal Relacionados: Deep Purple; Led Zeppelin; Judas Priest Melhor Posição na Billboard: 23º Faixas e duração: 1. "Black Sabbath" 6:21 2. "The Wizard" 4:24 3. "Behind the Wall of Sleep" 3:37 4. "N.I.B." 6:07 5. "Evil Woman" 3:35 6. "Sleeping Village" 3:46 7. "Warning" 10:33 8. "Wicked World" 4:43
1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer - Programa 12 - The Carpenters - "Close To You" (1970)
The Carpenters – "Close To You" (1970) Origem: Estados Unidos Produtor: Jack Daugherty Formação Principal no Disco: Richard Carpenter e Karen Carpenter Estilo: Pop / Soft Rock Destaque: We’ve Only Just Begun Melhor Posição na Billboard: 2º Músicos de sensibilidade e de formação jazzística desde muito jovens, Richard e Karen Carpenter souberam amalgamar a suavidade e a densidade desse gênero musical com uma linguagem pop, influenciada por artistas como os Beatles. Depois de algumas experiências em conjuntos, pelos anos 60, como o Richard Carpenter Trio e outro, embrião da linguagem musical que eles iam entronizar pelos anos seguintes, o Spectrum, ambos desenvolveram um estilo que chamou a atenção do trompetista Herb Alpert, líder do mítico conjunto tex-mex mariachi boogie-woogie, Tijuana Brass, então um dos donos da gravadora A&M, e até então o artista de maiores vendagens deste selo. A despeito de terem carta branca para gravarem um álbum ao seu estilo, não lograram o êxito esperado. No entanto, nos ensaios para o segundo disco, Alpert sugeriu aos dois uma antiga canção do maestro Burt Bacharach, chamada Close To You. O tema, que chegou a ser gravado por Richard Chamberlain e Dionne Warwick, nem com o próprio Bacharach havia feito o sucesso esperado — com relação a outras músicas do compositor. Mesmo hesitante, Richard aceitou pô-la no próximo compacto. Lançada em maio de 1970, não só virou um sucesso acachapante quanto catapultou a dupla para o mundo, com canções românticas e marcantes, como Only Yesterday e I Need To Be In Love, além de covers de qualidade e muito bom gosto, como Please Mr. Postman (Marvelettes) e There’s a Kind Of Hush (Herman’s Hermits), entre outros. O álbum homônimo, que viria à luz em agosto daquele mesmo ano, mostrava o gênero easy listening, que Karen e Richard transformaram numa avassaladora fórmula de sucesso. E tão insólito quanto o grande êxito inesperado do cover do autor de This Guy’s In Love With You foi o do segundo single do álbum, a linda We’ve Only Just Begun, que originalmente não passava de um jingle de um banco californiano. Lançado no Verão de 70, subiu ao segundo lugar na parada da Billboard junto com Close to You, um verdadeiro fenômeno. Além dessas duas canções, o disco da dupla também trazia canções de Richard do tempo do Spectrum, como Maybe It’s You e versões bem particulares para dois outros temas de Bacharach, Baby It’s You e I’ll Never Fall In Love Again e ainda outra regravação bem peculiar de um antigo sucesso dos quatro cabeludos de Liverpool, Help! Contudo, mesmo soando ligeiramente comercial (e não deveria não deixar de ser) Close To You possui momentos bem experimentais, como uma obscura canção deles, Second Part, exótica e densa, bem diferente dos sucessos de Karen e Richard, e que fecha de forma singular o LP. Faixas: 1.We’ve Only Just Begun 2.Love Is Surrender 3.Maybe It’s You 4.Reason to Believe 5.Help! 6.(They Long to Be) Close to You 7.Baby It’s You 8.I’ll Never Fall in Love Again 9.Crescent Noon 10.Mr. Guder 11.I Kept On Loving You 12.Another Song
1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer - Programa 11 - The Police - Reggatta De Blanc (1979)
O "The Police" é um dos útimos "power" trio dos anos 80, sem nenhum exagero. Aparentemente fazendo um som simples mas com um background violento, usava em seu favor as lacunas que uma formação em trio costumam deixar e incorporava à sua música elementos do reggae, punk e jazz, elaborando assim uma sonoridade inovadora e bem pessoal, que influenciou vários músicos ainda nos anos 80 e se tornou um sucesso explosivo e ícone de sua época. Seus cinco discos são ótimos, na verdade é uma das poucas bandas bem regulares, apesar de pouco mais de 5 anos de atividade. Andy Summers é um dos melhores guitarristas da segunda metade dos anos 70 e anos 80. Já tinha uma grande experiência depois de ter tocado com o Soft Machine (não gravou nada com os caras) e quando ingressou no Police pôde desenvolver e imprimir sua técnica, encontrando os espaços perfeitos para tal. Sting (baixo e vocal) é um baixista mediano, mas bom o suficiente para a proposta da banda, e Stewart Copeland (bateria) havia tocado no Curved Air, um excelente músico. Reggatta De Blanc (1979) é o segundo trabalho do grupo e contém grandes músicas que logo tornaram-se grandes sucessos comerciais, como Message In A Bottle e Walking On The Moon, além das excelentes Contact e No Time This time. Reggatta de Blanc foi o segundo álbum, lançado em 1979, da banda britânica The Police. Nesse álbum fica mais evidente a influência do reggae jamaicano em fusão com o punk rock e a new wave, inclusive no próprio título. Reggatta de Blanc significa Reggae de branco. Faixas: "Message In A Bottle" (Sting) "Reggatta De Blanc" (Copeland/Sting/Summers) "It's Alright For You" (Copeland/Sting) "Bring On The Night" (Sting) "Deathwish" (Sting/Copeland/Summers) "On Any Other Day" (Copeland) "The Bed's Too Big Without You" (Sting) "Contact" (Copeland) "Does Everyone Stare" (Copeland) "No Time This Time" (Sting)
1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer - Programa 10 - Supertramp - Crime of the Century (1974)
Lançado em 1974, o disco apresenta melodia e técnica em todas as faixas. Um rock progressivo BEM diferente dos convencionais da época e BEM diferente do som comercial que a banda proporcionou na década seguinte. School começa com a harmônica do grande Richard Davies, a ´voz´ do conjunto, que ataca e muito bem com os seus teclados alucinados. O solo de piano desta primeira canção é empolgante, com o guitarrista Roger Hodgson mandando ver no solo de piano (ele fazia as vezes da guitarra e do clássico instrumento). Há um tempero especial nesta canção, que prepara terreno para a consagrada Bloody Well Right, com levadas de jazz desde o início. Tanto que o saxofone magistralmente tocado por John Anthony Helliwell entra em sintonia com todos os instrumentos. Um cidadão como esse é uma mão na roda, uma vez que ele tocava tudo o que tivesse paleta de sopro, desde o sax até clarinetes. O riff de guitarra é bem pesado, mas não entra em atrito com a melodia jazzística da canção. Perfeito até agora, não é? E fica melhor ainda (espero que você esteja acompanhando esta resenha com o CD rodando no seu som), pois Hide In Your Shell é a melhor do disco. Mesma fórmula, mesma competência! Aqui já se justifica a inclusão desde Crime of the Century ao lado de tantas outras bandas. Que refrão magnífico esse! A batida da batera é perfeita e a musica ganha ares especiais. Bob Benberg participa de maneira decisiva para que o brilho de Davies surja mais destacado. É desnecessário falar aqui da importância de Helliwell (ao lado do vocalista/tecladista, a personificação do Supertamp). Precisa falar também que Benberg ataca na percussão nos momentos certos? É o ponto alto mesmo, até mesmo quando a canção chega no minuto final (ai é que a emoção entra mais forte). Asylun começa com Hodson nos pianos, a marca registrada do conjunto. Muito bela esta daqui, muito mesmo. Mas MUITO boa, por que ela vem crescendo até o ´orgasmo´ sonoro dos dois refrões (sim, são dois diferentes, um após o outro). Dougie Thomson é o baixista que segura as pontas, e aqui podemos escutar o pulso forte e firme das suas quatro cordas para que os sintetizadores e tudo mais façam a festa. A próxima música é a também famosa Dreamer (a mais curta do disco, com três minutos e meio). O sucesso radiofônico dessa aqui não a desmereçe em nada. Principalmente pelo dueto entre as vozes que cantam aqui. Um belo trabalho progressivo digno de uma música do Yes, porém mais direto ao assunto. A batera se mostra técnica ao extremo, bem como os teclados (teclados, sintetizadores, etc...). O piano corrido que segue é Rudy. Uma balada (mais uma, não é?) Aqui, o solo de sax a lá dança romântica se mistura com os sons tenebrosos dos sintetizadores. Um clima macabro e delicioso a cada segundo. É bem verdade que tem uma parte na música, lá pelos quatro minutos e meio, que a canção adquire um som bem típico dos anos setenta, mesmo com a onda disco music ainda por vir, mas quem se importa com isso agora? É soberbo escutar a fusão sonora desta pérola, principalmente com o final um pouco dramático. If Everyone Was Listing é mais uma (mais uma?) balada. Que fique bem claro: uma balada progressiva e cheia de virtuosismo com muita criatividade. Cativante mesmo. O clarinete afasta qualquer probabilidade de mesmice na canção com Helliwell, de novo, dando o seu show particular no sopro. Se alguém ainda duvida do poderio musical deste disco, ou mesmo desse quinteto, basta checar o que acontece na última faixa. Intitulada com o nome deste trabalho, Crime of The Century começa bem. Dramático e espacial em sua introdução com o piano, explodindo como bombas quando entram os demais instrumentos para, em seguida, dar prosseguimento ao turbilhão auditivo. Um solo de guitarra, com o já citado pianinho matador mandando ver, em um ritmo cadenciado com a bateria. Meio paranóico e TOTALMENTE minimalístico. Entram teclados com sonoridade de violinos e o saxofone na seqüência .O prazer está garantido aos ouvidos. Como disse antes, o melhor a fazer é escutar este disco. Qualquer tentativa de convencer apenas com palavras será apenas... uma tentativa! Supertramp já está no lugar mais alto do pódio da historia do rock dos anos setenta, queiram alguns ou não. Texto de Aroldo Glomb (27/06/2005)