O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitiu, na última quarta-feira, dia 24, a presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano. A troca no comando do banco estava sendo desenhada desde julho e envolvia negociações para aproximar ainda mais o Centrão do governo. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), participou ativamente das conversas e da indicação de Antônio Vieira Fernandes, servidor de carreira do banco, para o comando da instituição. Como mostrou O GLOBO, a estratégia de Lira é dividir as 12 vice-presidências com PP, Republicanos, PSD e União Brasil.
O Centrão vinha pressionando o Planalto para que Lula anunciasse o novo nome ainda no início de outubro. A decisão atrasou devido a recuperação do presidente após uma cirurgia no quadril, que ocorreu em 29 de setembro.
Depois do anúncio da saída de Rita, Lira retomou a votação do projeto que taxa offshores e fundos exclusivos, travado há semanas considerado parte importante da agenda do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O texto, aprovado horas depois da troca na Caixa, contou com apoio de 70% das bancadas do Republicanos e do PP.
A maneira como o texto foi aprovado mostrou que o Centrão continuará buscando por cargos no governo. Além disso, antes mesmo da troca na Caixa, o governo já havia consolidado a aliança com o Centrão ao ceder os ministérios do Esporte e de Portos e Aeroportos. No lugar de Ana Moser, foi nomeado o deputado André Fufuca (PP-MA), que era o líder do PP na Câmara. E a pasta de Portos e Aeroportos ficou com o deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE).
O Ao Ponto desta sexta-feira analisa a troca no comando da Caixa e como os cargos no governo estão sendo uma ferramenta para destravar a pauta econômica no Congresso.Neste episódio, os convidados são Alvaro Gribel e Sergio Roxo, da sucursal do GLOBO em Brasília, que trazem os bastidores das mudanças e quais devem ser os próximos projetos econômicos a entrar em pauta.
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